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Começo dizendo que estou impressionado com tamanho conteúdo existente a respeito do café amigos! São diversos pontos a serem explorados para poder se trazer algo que seja completo 100%.
Para que todos possam ter noção, vou considerar que a história do café poderia facilmente se definir como uma enciclopédia, mas do café.
É rápido você dar um google e ter uma lista tipo:
E isso que não está na lista o clima para cultivo, área, região, tipos, países, origem etc. Enfim, vou tentar trazer o mais importante dessa bebida que amo.
Acredito que todos, até os que não bebem por algum motivo específico ou porque simplesmente não gostam, sabem exatamente o que é café mas, apesar de uma grande porcentagem do mundo reconhecer um grão de café torrado, segundo um estudo realizado pela National Coffee Association of USA, é certo que não conseguem reconhecer uma planta de café de verdade.
Não falei bobagens não amigos, é importante destacar que o café é uma fruta e o grão de café é uma semente. Ele é cultivado em viveiros até germinar. Regada constantemente e protegida do sol direto, a muda de café tem tudo que precisa para se desenvolver. Quando se torna um arbusto, é plantada definitivamente. Em média, demora-se entre três e quatro anos para que a planta dê frutos. Esse processo que indica o início de uma nova safra é conhecido como Florada e, geralmente, acontece em setembro e outubro.
Como expliquei acima, o café vai muito além do que possamos imaginar, e para que se tenha sucesso no plantio do cafe, diversos pontos devem ser observados. Para uma plantação de café de sucesso, as exigências climáticas precisam ser atendidas. O cafezal se desenvolve melhor em temperaturas entre 18 °C e 23 °C, e temperaturas acima dos 30 °C podem causar danos na cultura. Além dessas, há outras exigências.
A escolha da área, espaçamento (população de plantas), cultivar, altitude e topografia também são pontos fundamentais para evitar a morte das plantas. Isso tudo também garante uma boa implantação da lavoura.
A fruta do café deve atingir o estágio máximo de maturação, representados pela coloração amarelo banana ou vermelho uva. Se for colhida antes do tempo, e com grande percentual de grãos verdes, a bebida perderá qualidade e o rendimento final será prejudicado. Essa colheita pode ser manual, mecânica ou seletiva. No Brasil, algumas regiões começam a colheita em maio.
Vou postar algumas imagens que podem traduzir bem sobre o plantio e assim vamos focar em como surgiu essa fruta.
Se sentir um desepero no entendimento inicial, calma que no final eu explico no bom e claro português a origem da palavra "café".
Mas continuando a etimologia da palavra café...
A palavra café entrou na língua inglesa em 1582 através do holandês koffie, emprestado do turco otomano kahve (قهوه), emprestado por sua vez do árabe qahwah (قَهْوَة).
Os lexicógrafos(dicionaristas) árabes medievais tradicionalmente sustentavam que a etimologia de qahwah significava 'vinho', dada sua cor nitidamente escura, e derivada do verbo qahiya ( قَهِيَ ), 'não ter apetite'.
A palavra qahwah provavelmente significava 'o escuro', referindo-se à bebida ou ao grão. As línguas semíticas, tais como aramaico, o amárico, o árabe, o hebraico, o maltês ou o tigrínia, entre outras línguas faladas do Norte de África ao Médio Oriente e Península Arábica, tinham a raiz qhh, "cor escura", que se tornou uma designação natural para a bebida.
Não há evidências de que a palavra qahwah tenha sido nomeada em homenagem à província etíope de Kaffa (uma parte de onde o café se origina: Abissínia), ou qualquer autoridade significativa afirmando o oposto, ou que seja rastreada até o árabe quwwa ("poder").
Um termo diferente para 'café', amplamente difundido nas línguas da Etiópia, é buna, bun, būn ou buni (dependendo da língua). Na maioria das vezes, o grupo de palavras foi assumido como originário do árabe bunn ( بن ) que significa especificamente o grão de café, mas a origem indígena em Cushitic também foi proposta como uma possibilidade.
A palavra "café" tem suas raízes em várias línguas. Ela se originou da palavra árabe "qahwa", que inicialmente se referia a um tipo de vinho. O termo viajou para o Império Otomano, onde se tornou "kahve" em turco. De lá, entrou nas línguas europeias, tornando-se "caffè" em italiano e "café" em francês. A palavra inglesa "coffee" foi derivada do holandês "koffie", refletindo a disseminação da bebida pela Europa.
Logo, nesse resumo, ficou claro para nós brasileiros que, a palavra "café" veio do "Francês".
Os termos cafeteira e pausa para café surgiram em 1705 e 1952, respectivamente.
Estudos de diversidade genética foram realizados em variedades de Café Arábica, que foram consideradas de baixa diversidade, mas com retenção de alguma heterozigosidade(variações diferentes para um mesmo gene) residual de materiais ancestrais, e espécies diplóides(células) intimamente relacionadas, Café canephora(Conillon) e Café liberiano; no entanto, nenhuma evidência direta foi encontrada indicando onde na África o café cresceu ou quem entre a população local pode tê-lo usado como estimulante ou conhecido sobre ele antes do século XVII. Diz-se que a planta de café domesticada original era de Harar(cidade do Leste da Etiópia), e acredita-se que a população nativa seja derivada da Etiópia com populações distintas próximas no Sudão e no Quênia.
Conta uma lenda que, a origem dessa bebida tão presente em nossas vidas data do século VI, quando na antiga Abissínia (atual Etiópia) um pastor que levava suas cabras para pastar notou em uma das noites que elas estavam mais agitadas e saltitantes do que o normal. Como na noite seguinte as cabras apresentaram o mesmo comportamento, o pastor recorreu a um monge que os acompanhou, para ver se era algo sobrenatural. O monge então observou que as cabras estavam comendo frutinhos vermelhos de um arbusto e levou algumas folhas e frutos para o mosteiro. Enquanto isso, o pastor provou alguns frutos e sentiu a mesma excitação de suas cabras, indo juntar-se a elas.
No mosteiro fizeram uma infusão com as folhas e os frutos, mas o sabor era tão amargo e desagradável que eles atiraram ao fogo, surgindo um aroma extasiante. Foi feita então uma nova infusão e os monges beberam e ficaram a madrugada inteira recitando escrituras. Assim, foi descoberta essa bebida mágica chamada café, capaz de acabar com o cansaço e estimular o cérebro.
Parece que as tribos africanas, que conheciam o café desde a Antiguidade, moíam seus grãos e faziam uma pasta utilizada para alimentar os animais e aumentar as forças dos guerreiros. Seu cultivo se estendeu primeiro na Arábia, introduzido provavelmente por prisioneiros de guerra, onde se popularizou aproveitando a lei seca por parte do Islã. O Iêmen foi um centro de cultivo importante, de onde se propagou pelo resto do Mundo Árabe.
O conhecimento dos efeitos da bebida disseminou-se e no século XVI o café era utilizado no oriente, sendo torrado pela primeira vez na Pérsia.
Vou tentar resumir as pesquisas que fiz, pois o conteúdo é gigante e confuso e não seria interessante a quem vai ler a história do café aqui, ler até cansar para tentar entender.
Num resumo do meu entendimento, tenho que, a origem exata do café é extremamente incerta, mas muitos estudiosos a remetem ao século IX, nas terras altas da Etiópia e justamente pela incapacidade de encontrar um local específico, diversas lendas sobre o surgimento do grão foram criadas.
Dessa incerteza, surge a lenda de Kaldi, que não pode ser descartada como a origem, até porque é a mais famosa explicação da origem do café.
Lendo a lenda, podemos observar que há ainda uma outra vertente da história, que diz que o monge se assustou com o poder do grão e o jogou no fogo. Ao queimar, nosso amado aroma de café foi liberado, e o cheiro convenceu o monge a preparar um cafezinho.
Independentemente da versão da lenda que você mais goste, uma coisa é fato: com o tempo, as mudas de café começaram a se espalhar pelo Egito e pela Europa, especialmente no século XVI.
Apesar de a Etiópia ser o berço do café, foi a Arábia Saudita a grande responsável pela propagação da bebida. Isso porque o cultivo do grão assumiu grande importância econômica e era mantido como um segredo pelos árabes, já que muitos acreditavam em suas habilidades milagrosas.
Aliás, é justamente por ter sido tão popular e importante para a Arábia Saudita que hoje temos o Café Arábica, uma das espécies mais consumidas ao redor do mundo.
Estima-se que em 1570 o café pousou pela primeira vez em terras europeias, precisamente na Itália, graças às viagens realizadas ao Oriente. A primeiro momento, a bebida era proibida para os cristãos e só foi legalizada após o papa Clemente VIII provar e gostar de um cafezinho bem feito.
Existiu anteriormente também outras proibições, tais como em 1511, foi proibido por seu efeito estimulante por imãs conservadores e ortodoxos em um tribunal teológico em Meca. No entanto, essas proibições seriam anuladas em 1524 por uma ordem do sultão turco otomano Suleiman I, com o Grande Mufti Mehmet Ebussuud el-İmadi emitindo uma fatwa(decreto), permitindo o consumo de café e no Cairo, uma proibição semelhante foi instituída em 1532, e os cafés e armazéns que continham grãos de café foram saqueados.
Em 1652, é inaugurada, na Inglaterra, a primeira casa de café. Vinte anos depois – em 1672 –, foi a vez de Paris abrir as portas ao grão. Já o costume de colocar açúcar no café – visto por muitos como pecado – começou na França, durante o reinado de Luís XIV.
Com o tempo, o café foi se ramificando por muitos mais países na Europa e se tornou um costume, principalmente entre os intelectuais, consumi-lo em encontros e passeios.
A história do grão no Brasil começa no século XVIII, no Norte do país, precisamente em 1727. A primeira muda de café foi trazida clandestinamente pelo sargento-mor Francisco de Melo Palheta, quando fez uma viagem à Guiana Francesa com interesses comerciais.
As primeiras plantações começaram no Nordeste, porém, como o clima não era favorável ao plantio, o cultivo do café foi levado para o Maranhão, Rio de Janeiro e, posteriormente, São Paulo e Minas Gerais.
O plantio no Vale da Paraíba (RJ), foi um sucesso tão grande que, em 1860, o Brasil produzia 60% do café mundial, o que tornou possível a popularização do nosso amado pretão ao redor do globo, já que ficou bem mais barato.
No entanto, as terras cariocas logo começaram a se esgotar, e foi assim que São Paulo e a Zona da Mata, em Minas, tornaram-se grandes produtoras do grão. Essa aliança iniciou, inclusive, a famosa política do café-com-leite.
Com o fim do tráfico negreiro e os movimentos abolicionistas ganhando cada vez mais força, imigrantes europeus começaram a se interessar cada vez mais nas lavouras cafeeiras do Brasil. Esse fato fez com que, até hoje, grande parte das torras especiais do país sejam dedicadas à exportação.
Em pouco tempo, os grãos, que já tinham grande valor comercial no mundo, tornaram-se também a base da economia brasileira — fato de extrema importância para o crescimento do país.
Atualmente, o Brasil é o primeiro colocado na lista de produtores de café. Anualmente, milhões de sacas são produzidas e consumidas no país. Com o surgimento de marcas o café de qualidade tem se tornado cada vez mais popular entre os brasileiros.
Abaixo, confira a divulgação dos dados da Associação Brasileira da Indústria de Café (ABIC) que reforçam o papel do café como um alimento de extrema importância para os brasileiros e para a indústria nacional.
Quando compreendemos melhor como tudo aconteceu, podemos ter uma ideia do papel que esse pequeno grão desempenhou para o desenvolvimento de diversas nações. Na nossa, principalmente, o café gera empregos e movimenta capital.